quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Análise dos objetos de design segundo as visões platônicas e aristotélicas


A análise de objetos projetados por um designer, segundo as concepções platônicas e aristotélicas deve ser antecedida de uma exposição com algumas das principais divergências entre os dois filósofos. Dessa forma, essa análise poderá ser contextualizada através dessas divergências e observações.

Platão
Aristóteles
O ideal é inatingível
O ideal está no homem
A Beleza é uma lembrança do mundo das ideias
A beleza é uma propriedade do Objeto
A Arte descobre as formas do mundo das ideias
A arte cria novas formas





Os dois objetos apresentados são do pintor, escultor, gravador e designer José Mesquita.
Participou de mais de 150 exposições, individuais e coletivas, no Brasil e no exterior.
Criador e primeiro curador do Prêmio CDL de Artes Plásticas da Câmara de Dirigentes Lojista de Fortaleza e do Parque das Esculturas em Fortaleza.
Possui obras em coleções particulares e espaços públicos no Brasil e no exterior.
É diretor de criação da Creativemida, empresa cearense desenvolvedora de portais para a internet e computação gráfica multimídia.


Análise Platônica:


Segundo Platão o belo é o bem, a verdade e a perfeição existem em si mesmas, e residem no mundo das idéias.
Para o filósofo qualquer coisa corpórea, vinda da natureza ou fruto da criação humana é mera imitação dos modelos ideais que habitam o mundo das essências e por isso, é impossível que atinja a Beleza Absoluta. No entanto, isto não impede que a beleza de um objeto, como o copo e a bandeja não sejam assimilados pelo homem. Ela é percebida proporcionalmente a relação da beleza do ser material com a Beleza Absoluta, mas jamais será plena. Será sempre uma sombra do seu modelo ideal.
De acordo com a visão platônica a arte e o belo são coisas distintas, pois a beleza está no ideal, sendo a arte apenas uma forma de reconhecimento que busca esse ideal na transformação da matéria.
O copo e a bandeja, com locais determinados para a colocação das mãos e dos dedos, são imitações do que seria ideal. O objeto e as formas humanas se “fundem”, idealizando a formação de um modelo ideal, porém esse modelo jamais será dotado da beleza Absoluta.

Análise Aristotélica:



Aristóteles era um filósofo que defendia o Empirismo, segundo ele, as idéias são adquiridas  através da experiência, atribuindo grande importância para o mundo exterior e para os sentidos, sendo a única fonte do conhecimento e aprimoramento do intelecto. A beleza tinha que atender requisitos como: ordem, harmonia e proporção.
Diferentemente de Platão, Aristóteles defendia que a origem das idéias dá-se através da observação dos objetos.
Aristóteles propôs que tudo no mundo tinha um propósito. Esta é uma noção particularmente importante para entender a idéia de um projeto (design), que requer um projetista (designer). “Teleologia” é o termo usado para exprimir a idéia de uma razão final, um propósito, um objetivo, e que permeia os argumentos em favor de um “design”. Desta forma, o “design” seria a maneira através da qual um “designer” (projetista) manifesta seus propósitos, seus objetivos. Logo, qualquer argumento de criação traz teleologia na sua essência. Aristóteles é considerado o pai da teleologia.
O designer responsável pela criação do copo e da bandeja precisou experimentar a sensação de segurar os objetos, de saber os fins a que se destinavam. Partindo dessa experiência sensorial agregou ao projeto funcionalidades como os locais determinados para o posicionamento da mão e dos dedos que segurariam com maior praticidade o copo ou a bandeja.


Referências Bibliográficas:

BOTELHO, José Francisco. A lógica de Aristóteles. Disponível em: <http://vidasimples.abril.com.br/edicoes/096/filosofia/logica-aristoteles-595331.shtml>. Acesso em: 12 nov. 2010.

PIRAUÁ, José. A Idade Dogmática. Disponível em: <http://www.slideshare.net/piraua/estetica-2009-1-aula02-idade-dogmatica>. Acesso em: 12 nov. 2010.

ALMEIDA, Roberto. Epicuro e o questionamento do "argumento do design". Disponível em: <http://scienceblogs.com.br/quimicaviva/2010/05/epicuro_e_o_questionamento_do.php>. Acesso em: 12 nov. 2010.

MESQUITA, José. Design: Objetos inusitados. Disponível em: <http://scienceblogs.com.br/quimicaviva/2010/05/epicuro_e_o_questionamento_do.php>. Acesso em: 12 nov. 2010.


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